Por que insistimos em nos enganar?

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O quanto queremos saber a verdade? Ao longo da minha vida fui conduzida pela crença de que as pessoas nem sempre sabiam o que estava acontecendo. De certa maneira, isso me fez ocupar o papel de quem aponta e traz à luz uma situação de forma clara. Até hoje me incomodo com a simulação – muitas vezes necessária nas relações. A diferença é que hoje aprendi que, na maioria das vezes, as pessoas não querem saber o que está acontecendo. Especialmente se é algo delicado. Difícil de lidar.

Levei anos para compreender que a opção de não tomar consciência pu de assumir o publicamente sabido faz parte do livre arbítrio que todos temos. Por muito tempo critiquei essa opção vendo ali uma covardia disfarçada, uma acomodação. E, embora haja sim alguns casos, essas atitudes atrás do comportamento da ignorância, compreendi que a clareza obriga a tomada de decisão. E nem sempre estamos prontos para ela.

Vejamos por exemplo o caso de um homem ou uma mulher que estão sendo traídos. Muitas vezes ela ou ele sabe, suspeita, imagina. Há sinais claros na relação que indicam que há pelo menos uma terceira pessoa nela. Por que então, essa pessoa continua vivendo como se nada estivesse acontecendo? Pelo simples fato que não está pronta para agir após o confronto com a realidade. Assumir a traição significa, aceitar e continuar – com ou sem a terceira pessoa – ou romper com a relação. Não estando pronta, é melhor ignorar.

O que ainda me incomoda nisso é que a falta de clareza atinge mais pessoas além dos principais envolvidos. Sempre. Vivemos em sociedade. Em núcleos sociais. Nossas atitudes e comportamentos interferem nos outros. Quando aceitamos uma situação que de certa forma não é correta, nos denigre ou denigre as relações, estamos estimulando esse tipo de comportamento. Especialmente nas pessoas mais próximas, como nossos filhos. Será que queremos para eles esse destino? Quando compreendemos que estamos todos interligados e, que independente do tamanho de nosso mundo, somos todos exemplos para os outros, assumimos a responsabilidade de buscar o preparo necessário para tomar decisões.

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CULTURA ORGANIZACIONAL NA ÁFRICA | NÉLIO BILATE
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Nany Bilate
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Nany Bilate

A Repensadora Nany Bilate escreve sobre o Movimento Humano Poder Isonômico, um novo tipo de poder que está se instalando como alternativa ao poder até agora dominante que tem como princípio o Poder Sobre e que favorece a cultura do estupro.

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