Inovar é acertar por subtração (quase sempre). É eliminar o que dá errado/tirar partido do não previsto. Não é perseguir uma “visão de futuro”! Quem chega longe não olha à frente porque “longe” não há nada, só perto.
Pense no Viagra. A Pfizer buscava uma droga contra hipertensão e tropeçou numa que produzia hipertesão (sem “n”). O fonógrafo? Thomas Edison achava que seria usado para gravar as últimas palavras de moribundos, não para revolucionar a indústria da música. A Coca Cola era um xarope que seu criador gostava porque curava sua enxaqueca. A Du Pont fabricava explosivos, nem sonhava com as fibras que um dia fariam sua fortuna (Nylon, Lycra). IBM era máquina tabuladora. Internet? Microchip? GPS? Inspirações militares para usos em defesa. O Google veio de uma técnica para resolver o problema de dois estudantes que inventaram um algoritmo de busca na Internet para facilitar suas pesquisas. Percebendo que sua criação poderia virar um grande negócio (uma espécie de agência de propaganda matemática) disseram: “que pesquisa que nada, vamos ganhar dinheiro!”.
O “longe” sempre foi incomputável e está ficando mais (complexidade). O padrão da inovação é este: você sai em busca de uma nova rota para as Índias e acaba descobrindo a América. O patrono da inovação devia ser Cristóvão Colombo.