Ao realizar uma rápida busca sobre o tema inovação nos deparamos com casos ‘'clássicos'' como Uber vs Táxis, Netflix vs Blockbuster, Airbnb vs Hotéis e assim por diante. O elo em comum é a rápida tomada de um mercado por um novo entrante e de forma tão drástica que ficamos com a impressão de que simplesmente não havia o que ser feito por quem ficou pelo caminho, tamanha a velocidade e valor diferenciado percebido pelos usuários.
Certamente esses casos são muito valiosos para exemplificar o que conhecemos por inovação disruptiva, completamente pautada pela escala e resultados ‘’violentos''. Hoje quero discutir contigo sobre os perigos de tomar esses exemplos como referência de inovação e o porque eles provavelmente não são os mais importantes para seu negócio.
Esses casos chamam a atenção pois mostram claramente uma tendência e porque são pontos fora da curva. É o mesmo que acontece com atletas profissionais que realizam algo diferenciado ou mesmo artistas. Para nossos negócios ‘’mundanos'' isso pode ser perigoso porque pode parecer algo tão distante e inacreditável que nos coloca em uma zona de anestesia ‘'jamais farei o próximo Uber de qualquer forma’' e isso nos impede de provocar inovações constantes e diárias que, ao longo do tempo, fazem toda a diferença para gerar destaque em mercados competitivos.
Em outros termos: apesar de interessante e um belo exercício de imaginação, não devemos no dia-a-dia ficar pensando em como vai ser o ‘'Netflix'' do seu negócio ou temer que ele vá surgir na próxima semana e fazer seu negócio se tornar irrelevante como as locadoras de fitas e DVD. Esse tipo de evento é como a chegada de um meteoro que dissemina todos os dinossauros (inovação disruptiva). Precisamos gerar pequenos diferenciais, todo dia. Assim como os cuidados com a saúde, a inovação requer disciplina e pequenas mudanças diárias. Um ataque cardíaco fulminante (locadora) chama a atenção mas ninguém publica sobre o depósito de má alimentação e falta de exercício diária (mal atendimento e falta de inovação) que os empresários tiveram décadas para melhorar e não o fizeram.
A inovação incremental e disciplinada ficou de lado nos últimos tempos porque não gera manchetes tão charmosas mas é exatamente este tipo de estratégia que tem melhorado o atendimento, criado relacionamento e sustentado a expansão de milhares de negócios, um pouco a cada dia. Ter uma empresa de sucesso é uma maratona, não uma corrida de 100 metros rasos.
Até a próxima!