Por Luís Artur Nogueira*
Olá, pessoal, tudo bem? Ufa! Nesta quinta-feira 29, o IBGE eliminou oficialmente o risco de uma recessão no Brasil. O instituto anunciou uma expansão de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no 2º trimestre, após uma retração de 0,1% no 1º trimestre. Se a economia tivesse encolhido novamente, o País estaria tecnicamente em recessão (quando há dois trimestres consecutivos de retração).
Ok. O País não está em recessão, mas o desemprego continua muito elevado, as pessoas estão com receio de contrair dívidas e os empresários ainda não desengavetaram seus projetos de investimentos. Neste contexto, a pergunta do título é pertinente: quando virá o crescimento econômico?
Eu não tenho dúvidas de que o nosso maior desafio é interno. Porém, vou começar a minha análise salientando que o mundo não é mais aquele mar de rosas dos últimos 10 anos. O Brasil vai precisar reencontrar o rumo do crescimento em meio à guerra comercial entre Estados Unidos e China, à crise na Argentina, ao turbulento Brexit, dentro outros episódios internacionais que nos afetam direta ou indiretamente.
Questões externas à parte, vamos olhar para os nossos problemas. Desde o governo Dilma Rousseff, o País vive sucessivas crises políticas que atrapalham a economia. É impossível criar um ambiente saudável para os negócios se Brasília não para de fabricar turbulências. Assistimos a esse cenário também no governo Michel Temer e, agora, no governo Jair Bolsonaro.
Vou tentar ser bem sucinto. O Brasil tem um problema grave nas contas públicas e muitos entraves à realização de investimentos. Para resolver a questão fiscal, é preciso aprovar reformas, como a da Previdência, e enxugar o tamanho do Estado. Para atrair investimentos, é necessário desburocratizar o País e acabar com a insegurança jurídica.
A Reforma da Previdência está bem encaminhada e pode ser melhorada no Senado Federal, com a inclusão de Estados e municípios. O governo federal anunciou um plano de privatização de algumas estatais, mas há muito a ser feito para realmente reduzir o peso do Estado na economia.
No quesito desburocratização, a Medida Provisória (MP) da Liberdade Econômica está no caminho correto, mas ainda precisamos simplificar o sistema tributário e facilitar a vida das empresas que querem investir e gerar empregos. Quanto à insegurança jurídica, creio que o Supremo Tribunal Federal (STF) devesse repensar o método açodado com que seus 11 ministros costumam tomar decisões. Confio mais no colegiado do que em atos individuais que depois são revistos pela maioria dos ministros.
Sem entrar em polêmicas políticas, tenho uma visão clara do governo Bolsonaro. A equipe econômica tem uma agenda muito boa, mas a ala política cria inúmeros problemas e acaba atrapalhando o andamento dessas medidas dentro e fora do Congresso Nacional.
Independentemente do nebuloso cenário internacional, é dever do presidente Jair Bolsonaro unir o País, acabar com as polêmicas desnecessárias e canalizar todas as suas energias para que a agenda econômica prospere, tirando o Brasil de um quadro de quase estagnação. Afinal de contas, a sobrevivência política de Bolsonaro também depende do seu sucesso econômico.