Tenho ouvido, hoje, muita gente questionar sobre qual seja o melhor setor, ou, que setor tem obtido melhor performance na nova aldeia global. Sinceramente, não penso que este é o ponto crucial.
Do meu ponto de vista, na bola de cristal dos novos negócios, devemos, sim, identificar as semelhanças que aproximam as diversas empresas bem sucedidas, independentemente do setor a que elas pertençam. É obvio que alguns segmentos específicos, como os de máquinas de escrever ou de carburadores estão desaparecendo. Mas, todos os outros, como os de postos de gasolina e supermercados, apenas para exemplificar, estão passando por grandes transformações.
É aí que está o cerne da questão. Todos os setores sobreviventes, e seus respectivos segmentos, estão passando por transformações radicais, que vão das novas alternativas de recursos e insumos na entrega do produto ou serviço ao mercado, aos novos hábitos do consumidor mutante do final do século. O que muda é, somente, a velocidade com que esses setores são forçados a se reinventarem. Alguns, como o de hardware, reinventam-se a cada 3 meses. Outros, como o de software, a cada 12 ou 18 meses.
E então? Como já dizia Michal Hammer, pai da reengenharia, eu respondo: “O segredo do sucesso não é prever o futuro, mas criar uma empresa que prosperará em um futuro que não pode ser previsto.”
A semelhança entre as empresas bem sucedidas está na sua capacidade de inovar, de estar a frente, de surpreender, de guerrilhar, e de muitas outras coisas. Só que tudo isso requer um componente imprescindível: a criatividade. O grande negócio, hoje, independente do setor, é ser criativo, em um tempo de mudanças tão rápidas. Isso sim é estabelecer um diferencial competitivo marcante para sua empresa.
O mercado não agüenta mais trivialidade. Só a Globo, ainda aguenta pagar ao Pelé e ao Romário para profetizarem o óbvio. Impossível, dentro das novas condições de mercado, o empresário moderno se deitar em berço esplêndido, e ficar contando os lindos e gordos carneirinhos que pulam para dentro de seu curral. Isto é sonho.
Ou ele se reinventa, ou vem o concorrente e faz um curral com comida mais saborosa do seu lado. Isso quando não se usa táticas de derrubar a cerca do vizinho. Além disso, o novo consumidor deixou, a muito, de ser encarado como um lindo cordeirinho. Tá muito mais pra lobo. E lobo, que é lobo, procura sempre uma nova caça, e um jeito novo de conquistá-la.