"A quarta revolução industrial tem se desenvolvido baseada nas mudanças que as novas tecnologias criam através do desenvolvimento da genética, inteligência artificial, robótica, nanotecnologia, impressão 3D, biotecnologia, dentre outras. Ao mesmo tempo que é uma onda que influencia na restrição da oferta de emprego, por outro lado ela incentiva o crescimento de novas oportunidades e formas de trabalho. O aumento da produtividade e a racionalização de processos tornaram-se essenciais na economia moderna. Em uma era marcada pela tecnologia, globalização e rapidez das comunicações, redução de custos, inovação e agilidade passam a ser iniciativas importantes e necessárias tanto para uma empresa sobreviver a um mercado competitivo quanto para profissionais que precisam se atualizar para se adaptarem às necessidades em permanente mudança. Posso dizer que nesse aspecto nem o Brasil e nem mesmo os países desenvolvidos estão preparados para lidar com uma mudança tão profunda e estrutural. Apesar dos graves problemas que a economia brasileira está vivendo somente mantendo o foco numa visão de longo prazo é que será possível a recuperação do tempo perdido e o país de fato corresponder ao potencial que tem. Crise é um ciclo que tem um começo e terá um fim! Muitas teorias estão se formando e a maioria delas são especulativas. É fácil ver os problemas! Posso destacar um deles como o nosso imediatismo – estamos sempre usando soluções simples para resolver problemas complexos, o que posterga a evolução. Sem dúvida a chave é a educação. O país precisa de uma verdadeira revolução nesse campo. Enquanto este modelo não mudar, continuaremos frágeis e pouco competitivos.
A história e a evolução seguem sempre um padrão. Quanto mais o tempo passa mais complexa se torna a realidade. Quanto mais complexa é uma realidade mais recursos temos mas também mais problemas. Uma carroça pode me transportar alguns poucos quilômetros, pois é um veículo simples. Em paralelo, por ser simples, precisa de pouca manutenção: graxa para rodas e capim para o cavalo. Em contrapartida, um avião me leva à Europa em menos de 14 horas. É um meio de transporte complexo e por isto traz mais possibilidades mas também mais problemas, como por exemplo, sua manutenção. A quarta revolução industrial faz o mesmo: nos traz uma série de problemas e desafios mas abre também um leque expressivo de oportunidades. Sistemas inteligentes nas indústrias, no campo, nas cidades e até mesmo em nossos lares podem facilitar a solução de vários problemas, desde produtividade e qualidade de vida, a gestão empresarial e mudanças climáticas. O crescimento da economia compartilhada também já tem gerado uma transformação imensa na forma como utilizamos nossos carros e até mesmo nossas casas. A competitividade deverá crescer ainda mais, as vagas para emprego irão diminuir, a necessidade de especialização profissional irá aumentar. Mas ao mesmo as oportunidades para empreender tem aumentado, o trabalho remoto e flexível já é algo natural e o intercâmbio cultural está cada dia mais presente. Uma coisa é certa: o futuro pertence aos inquietos, flexíveis e inovadores.
Modelos de negócio rígidos e ultrapassados não sobreviverão à rapidez e à profundidade das mudanças. Estamos na era do inacabado, é comum iniciar um projeto que talvez nem chegue ao final. Ao longo da implantação, dependendo do cenário e das mudanças, talvez seja substituído ou simplesmente descartado. Talvez você tenha notícia de alguém que ao final do dia saiu da empresa para ir para casa, quando voltou à empresa no dia seguinte sua área não existia mais. Este cenário requer flexibilidade e resiliência e é por isto que a escolha de bons líderes é fundamental não só para as empresas mas também para o governo e para a população em geral. São líderes diferenciados que possibilitarão a criação de novos modelos de negócio e de novas formas de interação com o futuro.
Algumas funções / profissões tendem à escassez ou até mesmo ao desaparecimento, outras tendem ao crescimento e outras novas surgirão. Em paralelo, o perfil de competências requeridas para estas novas posições também tem sofrido uma profunda mudança. Novas demandas de perfil e competências, associadas ao crescimento do trabalho em rede tem trazido novos desafios em relação ao recrutamento e retenção de talentos. Desta forma, é necessário que as empresas se preparem melhor para evitar uma difícil ameaça: fortes mudanças e avanços tecnológicos associados à escassez de talentos e desemprego. Embora sabemos sobre a necessidade de uma reforma profunda no modelo de ensino atual, a quarta revolução industrial não nos permitirá aguardar que a próxima geração se torne mais preparada. E como a nova economia demandará profissionais de fato mais preparados, parte do ônus precisará ser absorvido pelas empresas caso desejem sobreviver e prosperar. Isto significa necessidade de forte investimento em treinamento, desenvolvimento de pessoas, coaching e identificação de líderes diferenciados." Moacyr Castellani