A gente é educado para respeitar os relógios:
da escola, da fábrica, do escritório, da igreja, da mídia, da sociedade. Alguns desses são invisíveis e, com o tempo, fazem a gente desaprender a ouvir o nosso próprio relógio interno.
Sempre conectados, mas nunca presentes.
Ritmo circadiano desregulados em frente a uma tela; excessos de passados e futuros que se traduzem em muitas expectativas e frustrações pois acreditamos estar “sem tempo”, correndo contra um relógio que nunca foi nosso.
Tic. Tac. Tic. Tac.
Mas a vida pulsa.
Uma hora o nosso relógio interno nos cobra o atraso. E é hora de reconquistar a sincronia com o nosso próprio tempo. Descobrir — a partir dos nossos próprios artefatos de medição — o que pra gente pode ter significado.
O que pode significar dormir, sonhar, acordar, viver
Tempo é medida de mudança.
Foi o filósofo Aristóteles quem disse. E é horizonte de deslocamento. Uma hora é 1/24 de uma rotação do planeta ao redor de si. Um ano, um minuto, um segundo, seguem a mesma lógica.
Tempo, na experiência humana, sempre indica movimento.
Uma bússola e um relógio tem mais em comum do que imaginamos.
Apesar dos pontos referenciais diferentes, registram aspectos do mesmo deslocamento. De onde e quando você veio para onde e quando você quer ir. Percebemos-nos ansiosos ao navegar por mares revoltos…
…mas talvez sejamos o próprio motivo da tempestade.