Você já parou para pensar que chamamos as habilidades comportamentais de soft skills? Pois é, costumo brincar que de soft, elas não têm nada.
Que tal mudarmos para human skills? Faz muito mais sentido, afinal somos humanos – erramos, aprendemos, evoluímos, desaprendemos, reaprendemos e continuamos nessa evolução que chamamos de vida.
Também costumo dizer que viver requer coragem e compromisso, pois é para os corajosos, para aqueles que veem além das entrelinhas, que percebem os movimentos invisíveis, que identificam sentimentos e emoções além do radar físico ou então para aqueles que querem aprender a identificar estes movimentos.
E ser um profissional competente em um mundo que muda o tempo todo é estar em constante movimento e sempre aprendendo. Por este motivo, lhe pergunto: você sabe a diferença entre um profissional mediano e um profissional excepcional?
Quando pergunto isso nas minhas palestras, escuto as mais diversas respostas: resultados, comprometimento, proatividade, liderança, autorresponsabilidade, mas poucos dizem a resposta que realmente nos diferencia: O MEDO.
Mas como assim, por que o medo? Porque o medo nos limita e se não estivermos atentos e conscientes acabamos não percebendo que o medo de não ser suficiente, medo de erra ou medo de ser julgado nos paralisa de fazer aquilo que gostaríamos. Ele nos impede muitas vezes de nos posicionar como gostaríamos, de dizer que não sabemos alguma coisa, que não somos perfeitos.
Ser líder é ser imperfeito, é demonstrar momentos de vulnerabilidade. Engana-se o líder que diz saber tudo ou engana-se quem acha que o líder sabe tudo, isso não existe, inclusive me arrisco a dizer que essa falácia é uma romantização da liderança.
Líderes reais tem boa capacidade analítica para levar em conta o que se aplica e o que não se aplica em uma situação. Líderes que estão em constante aprendizado analisam cada situação, tiram lições do que foi feito, do que foi bom e o que pode ser melhorado para uma próxima vez. Líderes reais são vulneráveis e demonstram coragem ao dar um feedback, ao compartilhar as suas próprias histórias para que seus liderados percebam que para evoluir, temos que ultrapassar o medo, o fracasso e usá-los como ferramenta de aprendizado.
Líderes muito bons aprendem a fazer perguntas que extraem o melhor de cada pessoa para então, avaliar os prós e contras de cada situação e então tomar decisões assertivas baseadas no seu julgamento.
Engana-se quem acha que a liderança é sobre status, poder ou títulos. Liderança é sobre liderar pessoas e desenvolvê-las com as melhores ferramentas que temos: seja através de habilidades humanas (empatia, comunicação assertiva, proatividade, flexibilidade, adaptabilidade, liderança, saber dar e receber feedback, gestão de tempo entre tantas outras), frameworks, exercícios, mas sempre colocando pessoas em primeiro lugar. Deveria ser óbvio, mas não é e falo isso pela minha experiência convivendo, treinando e mentorando incontáveis líderes, CEOs e empreendedores(as) de todo tipo de background e vivências.
E o líder que cura, quem é?
É o líder que percebe quando o seu liderado(a) tem alguma dificuldade, desafio, crença limitante ou algum medo que não consegue solucionar sozinho(a). É como se o líder identificasse a programação do liderado(a) e o(a) ajudasse a reprogramá-la, resetá-la, a virar uma chave de algo que incomoda.
A cura pode vir através de:
Ou seja, a cura está na identificação de algo que pode ser melhorado e na forma de traduzir uma nova perspectiva para o liderado(a) mudar um comportamento que pode ser mais benéfico para ele(a) e que vai trazer resultados diferentes.
Como descobri que eu era uma líder que curava?
Quando percebi que tinha ideias excelentes e a determinação para realizá-las, mas o que me faltava era um direcionamento estratégico para colocá-las em prática da melhor forma possível.
Você também é assim?
Do que você sente falta hoje na pessoa que te lidera?
Todos podemos fazer essa análise para entender aquilo que nos falta, pois se queremos evoluir como líderes, é exatamente esse ponto que precisamos buscar respostas.
Quando eu tinha líderes que me ajudavam a executar as minhas ideias, percebia que nada poderia me parar. Então, qual foi a minha conclusão? Que líderes que curam nos ajudam a curar nossas feridas, nossos medos, nossas crenças limitantes.
E quando me tornei líder, percebi que eu também podia fazer isso pelos meus liderados e lideradas. E praticando dia após dia, testando abordagens com diferentes pessoas, acertando, errando e anotando lições aprendidas, percebi que eu como líder podia ser imparável, assim como meus liderado(as) também.
E por onde comecei que sei que você vai querer começar também?
Vamos juntos nos tornar líderes que curam?
Te digo, vem comigo: criando ambientes seguros e de confiança para que as pessoas possam ser elas mesmas. Todos nós queremos nos sentir pertencentes. Todos nós queremos afeto e nos sentir “úteis”. Dalai Lama explicou tudo isso em seus livros, principalmente no livro “Amor, verdade, felicidade” quando disse que o que precisamos para ser felizes é afeto. O afeto move o mundo.
Então, como comecei testando o que funcionava para cada liderado(a)?
Perguntando sobre o WHY (PORQUÊ) de cada pessoa e fazendo-as refletir SOBRE:
Reflita sobre as suas respostas e pare para pensar: o que eu quero fazer com essas respostas?
É tão básico e tão revolucionário, não é mesmo? E parece que ninguém tinha nos dado “permissão” para fazer essas perguntas. Mas agora é o momento de você se permitir entender tudo isso sobre você, sobre nós mesmos, SOBRE PESSOAS E LIDERADOS(AS).
Perceba como você pode trazer tudo isso para o seu trabalho, para o seu ambiente profissional e como podemos cada vez mais inspirar pessoas a serem melhores e mais profundas. Dedicar tempo para as pessoas e ouvi-las é ser um líder que cura.
Essas perguntas devem ser feitas individualmente para cada pessoa, assim o líder que cura e que é humano entenderá as motivações de cada pessoa. Esse é o começo para criar ambientes seguros. Te conto que em um primeiro momento, essas perguntas causam estranheza, pois quase ninguém as faz e quase ninguém reflete sobre isso. Contudo, depois que cada pessoa olha para esses valores e princípios tão importantes, tudo muda. As respostas trazem clareza e consciência para aquilo que não vemos claramente. Elas iluminam a personalidade única de cada pessoa e entender como cada pessoa funciona dentro de um time é ser um líder transformacional.
Perguntas como essas demonstram atitude de um “Líder Coach” e também “Servidor”. Esse tipo de abordagem tem grandes chances de conduzir conversas profundas nas quais conseguimos entender como o colaborador(a) pensa, e como resultado disso, geramos um ambiente de empatia e confiança com uma comunicação mais leve, com mais liberdade, menos julgamento e menos ego. Se ambas as partes derem o seu melhor, todos nós colheremos frutos de uma relação genuína e transparente. Por este motivo, vale ressaltar que quando perguntamos, também trazemos a responsabilidade para nós, pois se não tomamos nenhuma atitude, acabamos afastando os nossos liderados(as).
Quanto mais investimos nas relações interpessoais entre líder e colaborador(a), mais impactos positivos teremos nos ambientes profissionais. O líder humanizado investe tempo em pessoas e se dedica a elas, pois sabe que tudo é sobre pessoas. É de extrema importância entender o que cada um traz de melhor, sua visão de mundo e como pode contribuir aliando suas habilidades técnicas e também humanas. Esse equilíbrio é meio caminho andado para criar ambientes inclusivos, diversos e saudáveis.
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