Octávio Nunes - Interfarma
São Paulo/SP
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Octávio Nunes é jornalista formado pela Universidade Católica de Campinas (PUCAMP), com MBA em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Artigos
Conflito de Gerações e a Síndrome do Impostor
Em 2020, a população mundial estará totalmente conectada pelas redes sociais. Em sete anos, a internet estará acessível até mesmo nos lugares mais remotos do planeta. Embora as tecnologias estejam totalmente disponíveis nos dias de hoje, as pessoas estão se comunicando cada vez menos, pois passaram a viver em guetos virtuais e desconectadas da realidade; seja na vida social, seja nas empresas.
Se dentro das empresas esses comportamentos envolvem pessoas de idades diferentes, nascidas em épocas distintas, eis, então, um desafio a ser enfrentado por seus líderes e gestores. Hoje, pelo menos 3 gerações diferentes coexistem dentro das organizações: os Baby Boomers, nascidos entre as décadas de 40 e 50; a Geração X, que surgiu entre os anos 60 e 80 e, a Geração Y, nascida depois da década de 80. A falta de entendimento entre executivos de gerações distintas afeta o clima organizacional e traz prejuízos econômicos e financeiros para as corporações.
De acordo com a consultoria ASTD Workforce Development Community /VitalSmarts, as empresas perdem até cinco horas por semana tentando administrar conflitos entre pessoas de idades diferentes e perdem até 12% em produtividade por causa por conflitos entre gerações. Além disso, cerca de 80% das organizações que não têm programas ou estratégicas específicas para lidar com problemas multigerenciais.
Alinhar as expectativas auxilia principalmente o jovem a ter uma carreira sólida e sustentável. Caso contrário, corre-se o risco de potencializar aquilo que vem sendo chamado pelos especialistas de Síndrome do Impostor, um mal que afeta pessoas altamente competitivas que tiveram, por alguma razão, uma rápida ou meteórica ascensão na carreira e que vivem se questionando se, de fato, merecem a posição que ocupam. Segundo um estudo divulgado pela Universidade Dominicana da Califórnia, nos Estados Unidos, conduzido pela psicóloga Gail Mattewes, este mal atinge 70% dos executivos das empresas, a maioria na casa dos 20 aos 40 anos.
Mas, a que se deve esse fenômeno? A pressa, a ansiedade do jovem executivo ou simplesmente a ambição? Independentemente do perfil de cada um, o fato é que os Baby Boomers, e as Gerações X e Y são grupos distintos no conteúdo e na forma. Criar um mapa das diferenças pode ser um bom começo para amenizar os conflitos internos. A empresa precisa saber aonde estão os representantes de cada geração e em que estágio da carreira se encontram. A cultura de comunicação eficaz deve levar em consideração o que chamamos de Mosaico de Alinhamento em Comunicação (MAC), uma forma de identificar diálogos conflitantes entre os pares, falta de sintonia da equipe, ruídos de comunicação, individualidades e desrespeito às diferenças na hora de desenvolver um projeto ou uma ação específica.
Modelos de treinamentos comportamentais como mentoring, coaching e treinamentos técnicos, ajudam a empresa a tirar o que cada grupo tem de melhor a oferecer à organização e à sua própria carreira e desenvolvimento profissional.
O contrário disso gera resultados previsíveis: as empresas viverão uma crise de lideranças com profissionais cada vez mais jovens liderando projetos e equipes, sem preparo, sem vivência, ambiciosos e sem a capacidade de contribuir verdadeiramente para o resultado e para o crescimento sustentável da empresa.