O poder de aprender por meio de imersões


O poder de aprender por meio de imersões

Uma das frase que mais tenho repetido esse ano é a seguinte: o seu propósito é desenhar uma vida com a menor resistência possível em ser quem você é. Isso poder parecer simples e fácil, mas a verdade é que é que algo bastante complexo e corajoso a se fazer. Pensando nisso decidi compartilhar meus aprendizados e a minha experiência nessa jornada. Se você assistiu às lives passadas e leu o artigo anterior, soube que conheci diversas ferramentas de autoconhecimento que me ajudaram a desenhar uma vida alinhada com o que funciona para mim. Na minha opinião, entender quem você é e respeitar a sua real essência é a forma mais eficaz de seguir um caminho próspero, feliz e bem sucedido.

Muitas pessoas se interessam pela forma como desenho e vivo minha vida e me questionam se, às vezes, me sinto cansada com tantas tarefas, projetos e experiências. Ao compreender os pontos que levantarei por aqui, você entenderá como encontrei um formato que me energiza para viver cada vez mais e melhor. Vale ressaltar mais uma vez que o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra, o meu intuito aqui não é impor uma forma como você deve viver, mas sim, te inspirar a tomar passos para que você também encontre um formato para desenhar sua vida com aspectos que te façam se sentir cada vez mais feliz e vivo. O temas de hoje é o poder de imersões, e eu poderia destrinchar esse tema por dias e dias. Para que você entenda como isso é algo que representa muito quem eu sou e a maneira como vivo, vale se atentar nos próximos detalhes que abrirei sobre mim.

Cada pessoas tem seus parâmetros do que é mais importante em suas vidas. No meu caso, eu estou sempre maximizando meus aprendizados. Para mim, aprender é a coisa mais valiosa que existe e é a maneira que vejo se obtive sucesso, ou não, em qualquer situação. Eu amo aprender e sou interessada em assuntos que são, até mesmo, totalmente diferentes entre si. Não é à toa que estudei ciências da computação e, ao mesmo tempo, administração, e que hoje trabalho com educação e, nos últimos anos, mergulhei em estudos sobre espiritualidade. Eu entro de alma e coração em tudo o que decido fazer e me dedicar, isso vai desde projetos grandes até atividades básicas do dia a dia. Respeito muito as pessoas e assuntos que desconheço, e sempre tento extrair o que funciona para mim e filtrar o que não se encaixa tão bem assim no meu perfil. Assumo o melhor e estou pronta para ser surpreendida positivamente.

A jornada do autoconhecimento é eterna e, ao mergulhar nas ferramentas que mencionei na live anterior, criei minhas próprias imersões: fui para o meio onde vivem as pessoas que estudam esses temas, realizei diversas sessões para me aprofundar nos assuntos e descobri um universo que, até então, era totalmente desconhecido por mim. Essa é a minha maneira de aprender, é claro que eu poderia simplesmente ler um livro aqui ou ali, mas queria entender a forma como pessoas que não estão imersas em uma rotina acelerada de cidade grande pensam e vivem. Foi assim que ano passado fui quatro vezes ao interior de Goiás para fazer um dos rituais que mais adorei durante essa busca do conhecimento, o Ritual do Casulo, um tipo de meditação profunda junto a vegetais ou pedras aquecidas. Aproveitei para ficar hospedada na casa dele, assim pude aprender ainda melhor como ele e sua família veem a vida. E foi fenomenal.

Fiz o mesmo em relação aos meus estudos sobre Human Design, um assunto muito bacana que aprendi recentemente: fui até o Arizona, nos EUA, porque uma das pessoas mais incríveis que domina o tema mora lá e quis conhecê-la pessoalmente. Depois disso, acabei me inscrevendo em um programa de seis meses para me aprofundar ainda mais no assunto.

Claro que a imersão não necessariamente precisa ser em algum lugar longe de casa. Ao longo dessa jornada interna, eu vivi diversos ciclos, e durante um deles por um mês eu resolvi mergulhar em sessões e mais sessões de astrologia, thetahealing, constelação, terapias focada em psicologia positiva, e essa foi uma imersão que vivi em São Paulo, onde moro.

Essas experiências me abriram ainda mais para a jornada do autoconhecimento. Para algumas pessoas, esse formato de imersão intensa com foco em aprender mais sobre algo pode ser acelerado demais mas, para mim, é o que funciona e o que dá certo. Não existe melhor ou pior e o meu objetivo não é chegar ao final de um processo, a imersão é exatamente viver o processo.

Ao viver imersões, muitas vezes, eu me conecto ainda mais com o meu trabalho, me ajudando a criar produtos e experiências diferenciadas. Mas, até mesmo quando vivo uma imersão que não está necessariamente ligada ao trabalho, a experiência acaba influenciando o meu olhar e isso, consequentemente, afeta a forma como trabalho e lido com quem trabalha junto a mim. Quando estou em uma imersão, uma parte muito significativa do meu foco, da minha atenção e do meu coração, vai para o assunto que estou estudando ali, mas a vida e o trabalho seguem, como se a imersão fosse mais uma camada em cima de tudo que já faz parte do dia a dia, não uma fuga do dia a dia.

Você também pode entender essas imersões como um certo hiper-foco que dou em um determinado assunto. Durante um certo tempo eu dou um gás em certo projeto e, depois, mudo de hiper-foco. Desde pequena, procurar hiper-focos foi uma mania que me ajudou muito. Sempre tive muita facilidade com matemática e sempre fui muito dedicada aos estudos, eu fazia todo os exercícios que continham nas apostilas e deixava todas as minhas resoluções e formas de raciocínio ali documentadas. Aos 18 anos fui aceita em uma universidade nos EUA e uma das coisas que me ajudou a cobrir minhas despesas nos primeiros meses de faculdade foram as apostilas de exercícios com minhas resoluções linha a linha. Vendi todas elas para minha escola, que enxergava nelas uma oportunidade de ensino para ajudar outros alunos. Percebi que a forma como eu me dediquei e fui além, e como eu aprendo e funciono, foi me abrindo portas e mais portas. É claro que em nenhum momento, quando pequena, passava pela minha cabeça resolver os exercícios para vender minhas apostilas no futuro, apenas ser exatamente como sou me abriu muitas portas.

Na faculdade, não foi diferente. Para quem curte imersões e hiper-focos, assim como eu, a faculdade americana era um prato cheio, oferecendo um cardápio de opções com as mais diversas matérias para estudar. O período de férias também podia ser aproveitado para fazer programas de verão em grandes empresas. Além de super bem remunerados, você poderia exercer papéis bem relevantes dentro dessas empresas. No final, aprendi que a estrutura da faculdade americana, aliada à minha visão de hiper-foco e imersão, me ajudou demais na vida. Tive experiências e aprendizados incríveis durante esse período em empresas e levei esse meu mindset de transformar a vida em diversas mini imersões para outros trabalhos que tive quando terminei a faculdade. Quando eu sentia que já tinha aprendido o suficiente em determinado projeto ou área, eu buscava novas atividades para adicionar ao meu dia a dia. Por exemplo, em uma empresa que trabalhei comecei como gestora de produto, mas rapidamente trouxe para o meu dia a dia muitas tarefas junto a equipe de recrutamento.

Isso funciona para mim, não necessariamente para todo mundo. Compartilho tudo isso para que você também consiga entender a sua jornada, descobrir o que gosta e o que funciona para ti e, assim, desenhar uma vida que seja perfeita para você viver. Sei que não é fácil tirar todas as resistência que surgem no dia a dia para poder ser você mesmo, mas é isso que quero te inspirar a fazer.

Amo criar coisas novas ao unir o que aprendi no passado com o que estou aprendendo no presente. Para mim, cada novidade é uma imersão por si só e compartilhar o que eu aprendi de interessante para que outras pessoas possam aplicar em suas vidas, caso seja pertinente, me ajuda a obter ainda mais aprendizados sobre a minha imersão. Busco sempre dar o meu melhor para traduzir esses aprendizados de forma relevante para outras pessoas que não estavam ao meu lado vivendo uma imersão naquele momento. Quero que as pessoas sintam um pouco do que senti durante minhas experiências e gosto de procurar pequenas sugestões de como alguém pode mudar o seu comportamento para melhor.

Esse é sempre um dos filtros nas minhas imersões e experiências: como transformar o que vi e vivi em dicas ou sugestões de mudanças comportamentais que possam trazer crescimento para as pessoas em geral. Por exemplo, tenho passado bastante tempo nos Emirados Árabes Unidos para diversos projetos, e um exemplo muito bacana sobre comportamento está ligado às mais de oitenta iniciativas que criaram junto ao objetivo de se tornar o país mais feliz do mundo até 2021. Uma delas é a chamada patrulha da felicidade: se você estiver respeitando todas as leis de trânsito, a polícia pode te parar e te entregar um voucher no valor de cerca de R$ 500,00 para gastar no shopping de Dubai. Analisando essa condição, você pode perceber que existem duas maneiras de tentar reforçar certos comportamentos: uma é tentar cortar comportamentos ao culpar o negativo; outra é reforçar o comportamento através do que é positivo, e isso se aplica também em diversas dinâmicas entre pais e filhos, e também empresários e funcionários. Ou seja, um exemplo que parece distante pode te fazer refletir sobre as suas ações. Acho importante que esses exemplos nos façam repensar sobre nossas atitudes na vida e gosto dessa conexão que pode ocorrer, mesmo que sejam situações com contextos totalmente diferentes. O conteúdo comportamental é algo extremamente relevante e que pode causar uma mudança positiva na sua vida de forma imediata.

As imersões que cito também podem ser feitas de forma mais simples. Quando eu me encanto com alguém, quero devorar todo conteúdo que aquela pessoa compartilha. Eu anoto todos os meus aprendizados e pensamentos e isso vira uma imersão onde escrevo por muitas horas e conecto aquele assunto com algo em minha vida. Os assuntos que estudo e me interesso estão sempre mudando - e o importante é que eu aceito isso e me permito mudar. Acredito que, se determinado tema está aparecendo para mim e eu estou me interessando por ele, de alguma forma tudo irá se unir para agregar algo maior em minha vida.

Sou muito estimulada por encontrar coisas e experiências diferentes e sinto muita admiração e respeito por quem as criou. Adoro viver imersões até mesmo com coisas que parecem aleatórias. Às vezes, uma experiência pode não ser útil diretamente para um projeto, mas te ajuda a se inspirar em outras coisas. Tenho uma avó de 100 anos e, quando ela completou 99 anos, passei um final de semana morando na casa dela. Sei que isso pode parecer simples mas, muitas vezes, não achamos tempo para fazer algo do tipo na correria do dia a dia. Para mim, a experiência de conviver com a minha avó mais de perto me ajudou a ser uma pessoa melhor e, ainda, me fez ter a ideia de criar uma série sobre pessoas super centenárias onde vou passar um tempo com alguns desses centenários ao redor do mundo. Com isso, mais uma vez, trago esses conteúdos como sugestões práticas de mudança de comportamento que pode servir e ser útil para qualquer pessoa. Essa é sempre a minha vibe.

Esse é um exemplo de imersão que não era um projeto, mas me inspirou para criar um projeto. Mas é bem comum para mim até mesmo uma imersão que já era um projeto dar origem a vários projetos. Por exemplo, quando decidi que queria aprender como se cria um jogo de cartas, resolvi que queria entender como a COPAG trabalha, uma das empresas admiro muito. Dessa experiência, lançamos um jogo de cartas, o Conecta Game, e também um curso mostrando como o olhar que é usado para criar um jogo de cartas pode ser relevante para a vida das pessoas.

Eu me sinto mais viva quando posso experimentar coisas novas, ainda mais se forem coisas que, ao me aprofundar nelas posteriormente, irão me ajudar a crescer como ser humano. Nos meus projetos profissionais, a maioria do que eu desenho tem a ver com entender o desafio de cada um e realizar uma imersão no universo do outro. Me faz bem aprender e dar o meu melhor para ajudar os outros e eu também acabo fazendo amizades muito especiais ao conhecer um projeto inspirador.

Vejo como uma mini imersão até mesmo quando vou palestrar em algum lugar. Se tenho 24 horas naquela cidade, eu quero aprender mais sobre onde estou. Se estou fazendo algum trabalho em um colégio, quero aprender o que ele tem de diferente a oferecer. Viajar é uma das minhas maiores paixões e minha forma preferida de imersão, uma vez que junta pessoas incríveis com quem você pode aprender, lugares que você pode descobrir coisas novas e experiências diferentes. E, sabendo que você tem um período de dias limitados, provavelmente, vai querer aproveitar ao máximo. Para mim, viagens super curtas funcionam super bem, pois parece que o tempo se estende para fazermos tudo o que queremos.

E todo esse olhar me ajuda bastante como empreendedora no mundo da educação, porque gosto de constantemente atualizar nossos programas, e claro que o que desenhamos acaba sendo influenciado pela minha visão de imersões. Por exemplo, um dos programas que temos na FazINOVA é o Solucionando Problemas, um programa híbrido que começa na nossa plataforma online e depois finaliza com um encontro presencial. Na parte online, os participantes, que selecionamos a dedo para serem bem diferentes entre si, completam um curso no qual, aula a aula, personagens fictícios compartilham um desafio de negócios. Por exemplo, na aula sobre distribuição, a Raquel compartilha seu desafio: ela era super feliz como professora de yoga, mandou tão bem que pôde juntar um pé de meia e abriu um estúdio, mas agora que tem um espaço dela não sabe bem como lotar todas as turmas. E daí as pessoas ajudam com sugestões, tudo de forma anônima durante a parte online. Ao final da parte online, os participantes chegam em um desafio que querem solucionar em suas vidas, e daí no encontro presencial cada um recebe ideias e sugestões de todos os outros participantes, que se conhecem ao vivo, e são de segmentos completamente diferentes. Ou seja, cada um imerge na vida e desafios dos outros. No final, cada um sai com um plano de ação para os seus desafios. Temos também programas que incluem o Solucionando Problemas, como o Evex, no qual o mesmo grupo de participantes se encontra em três lugares diferentes ao redor do Brasil e do mundo, mergulha no que tem de mais interessante em cada lugar, e em um dos dias de cada viagem rola a parte presencial do Solucionando Problemas, e programas nos quais rodamos o Solucionando Problemas junto a diversos segmentos de uma mesma empresa. A forma como enxergo o mundo influencia diretamente a forma que eu desenho programas, que tem imersões para todos os lados.

Eu acredito em coisas positivas, em conexões cósmicas e coincidências inexplicáveis, e gosto de trazer as pessoas para perto. Muito da minha vida foram imersões em projetos e, sempre busquei encontrar maneiras e mais maneiras de compartilhar o que aprendi. Agora, além de projetos estou mergulhando em imersões diferentes, que estou chamando de imersões de amor. Quando você foca no ser e no sentir, a natureza do compartilhar é diferente. A natureza de compartilhar na busca do autoconhecimento de ser, e não só do fazer, é algo bem interessante e algo que estou amando descobrir a melhor forma de entregar para os meus leitores e seguidores.

Sem dúvida nossas prioridades mudam conforme o passar do tempo, mas eu acredito que a minha visão sobre aprender por meio de imersões não irá mudar. Eu não julgo nenhuma escolha ou mudança de vida das pessoas como algo aleatório ou incoerente e acredito que nada tem valor intrínseco: se alguém quiser achar que a escolha do outro é ruim, vai encontrar razões para isso. É tudo de acordo com o filtro da pessoa e é por isso que a única coisa que interessa é o seu filtro e o que faz sentido para você. É libertador desligar o filtro dos outros na sua vida e deixar cada um viver da sua maneira, pois cada um enxerga o mundo através das suas lentes e cada mente é um mundo por si só. Desejo do fundo do coração que você tenha coragem de desenhar algo que realmente aumente o seu potencial de ir em direção a sua melhor versão e isso só vai ser real se, através do seu filtro, você agarrar aquilo que realmente tem valor para você.




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