O processo de transformação digital, percorrido pelas empresas dentro e fora do Brasil, reflete no comportamento das pessoas e no dia a dia das empresas. Neste cenário, as organizações precisam adaptar o seu modelo de negócios e, mais do que isso, repensar a forma de fazer a gestão de pessoas. Nas empresas familiares, essa mudança tem impactos ainda mais fortes, diretamente sobre as suas principais lideranças, formadas por parentes do fundador e/ou presidente.
O ingresso dos filhos nas companhias, com um conhecimento de vida e de mercado totalmente diferente da direção atual, é outro fator que gera um impasse na convivência de diferentes gerações, movimento ainda mais complexo por se tratar da alta diretoria da empresa. Para se ter uma ideia, cerca de 95% das organizações da nossa região, com centro de decisão local, possuem um modelo de gestão familiar e passarão por mudanças que irão atingir tanto o corpo diretivo quanto os colaboradores. Está claro para todos os gestores que há um processo de mudança em curso nas relações de trabalho entre empresas e profissionais. Contudo, há muitas dúvidas sobre quais são essas movimentações e como as empresas devem lidar com os novos desafios.
A eliminação de praticamente todas as barreiras entre a vida pessoal e profissional e a junção de pessoas de diferentes idades em um mesmo ambiente exige jogo de cintura de todos os envolvidos. As novas gerações, por exemplo, precisam aprender a lidar com relações que vão além da competência, sendo, muitas vezes, baseadas em confiança. Já os dirigentes mais antigos precisam entender que ações que funcionavam há 20 anos podem não ser mais tão efetivas.
Diretamente envolvidos com todas essas mudanças nas estruturas das empresas, os profissionais de RH precisam ter um pensamento inovador para desafiar as práticas atuais de gestão e aplicar novos modelos de seleção, avaliação, desenvolvimento de pessoas e compartilhamento de conhecimento. A adoção de ferramentas de gerenciamento por meio de resultados e reconhecimento baseado em meritocracia darão maior equilíbrio à essa balança.
Os novos modelos de gestão de recursos humanos incluem também um plano de carreira estruturado, definição de cargos e salários claras e compatíveis com o mercado, além de remuneração variável. Alinhar as expectativas dos profissionais e das organizações contribuirá para a retenção dos melhores profissionais, ajudando, assim, as empresas a ser manterem competitivas no mercado em que atuam.
Outro fator que desperta cuidado por parte das organizações é o aumento da formalização dos negócios devido às novas regulamentações, como o eSocial. Um facilitador desse processo é a tecnologia, que integra as informações de forma automatizada, garantindo a assertividade dos dados e o cumprimento das legislações. A automatização, juntamente com a mobilidade, simplifica o dia a dia das organizações ao conferir precisão às informações e liberdade aos gestores, que agora podem verificar o andamento das atividades sem precisar estar no escritório.
Buscar uma adaptação das organizações a esse novo cenário é tarefa fundamental para as áreas de Recursos Humanos. O apoio de uma consultoria especializada com conhecimento sobre as melhores práticas de mercado pode impulsionar ainda mais os resultados dessa transformação. Porém, independentemente de ser realizado internamente ou com apoio externo, a urgência dessas mudanças é enorme, pois delas depende a competividade das organizações, a boa convivência entre os profissionais e a retenção dos melhores talentos.