Um amigo muito próximo me perguntou até que ponto o uso demasiado do videogame e do computador poderia atrapalhar o desempenho escolar de crianças e adolescentes.
Na mesma ocasião, também quis saber o que fazer para esse público mais jovem se interessar por assuntos relacionados à família e à escola, e não apenas aos jogos de entretenimento, que na sua maioria tratam de violência.
Um amigo muito próximo me perguntou até que ponto o uso demasiado do videogame e do computador poderia atrapalhar o desempenho escolar de crianças e adolescentes.
Na mesma ocasião, também quis saber o que fazer para esse público mais jovem se interessar por assuntos relacionados à família e à escola, e não apenas aos jogos de entretenimento, que na sua maioria tratam de violência.– Meu amigo, tudo é uma questão de interesse, fé e freqüência – respondi. – Como assim? – indagou meu interlocutor, querendo entender melhor meu comentário.– Existem, atualmente, exímios campeões de jogos de videogame, com uma habilidade incrível.
Porém, para eles, atingir esse desempenho só foi possível graças ao interesse no tema, ou seja, no jogo.
Quanto maior o interesse de uma pessoa por algo, maior é a sua motivação para realizar tarefas relacionadas ao assunto.
A freqüência é outro fato importante.
No jogo, para passar de fase, erra-se diversas vezes até o cumprimento da missão proposta. É assim mesmo: passamos a acertar e a melhorar em alguma coisa a partir do momento em que aprendemos com nossos erros. Além disso, para se tornar bom em algo, é preciso ter fé, acreditar em si mesmo.
Quando o jogador crê que é capacitado, consegue conquistar seu objetivo mais cedo ou mais tarde, independentemente das dificuldades.
Se conseguirmos aplicar fé, interesse e freqüência no contato de nossos filhos com temas pertinentes à família e à escola, ganharemos sua atenção para tais questões e, conseqüentemente, faremos deles grandes homens e mulheres no futuro.– Interessante – observou meu amigo. – E o que você acha da nova geração de jovens? – voltou a me questionar em seguida. – Muitos deles colocam sua fé, freqüência e interesse apenas em jogos de violência.– Essa pergunta me faz lembrar de minha adolescência.
Aos 14 anos ganhei meu primeiro computador, um Apple IIc, que lia e gravava dados em fitas cassetes. Eu passava horas na frente daquela máquina, jogando, fuçando e programando.
Meus pais não me regulavam, pois sabiam que haviam me dado educação suficiente para colocar minha fé, freqüência e interesse em sintonia com a família, com o bem e com meu livre-arbítrio.
Daí, não parei mais, meu amigo! Depois vieram outros computadores, como o ZX, o Spectrum, o MSX, o Amiga, os PCs e uma dezena de videogames. Me interessei tanto pela coisa que me graduei em Análise de Sistemas.
Anos mais tarde, após me especializar em Marketing e fazer meu mestrado em Gestão de Negócios, vejo que a habilidade de trabalhar com a inovação, seja ela computacional, social ou cultural, veio a ser algo comum em minha vida em virtude de fé, interesse e freqüência.
Acabei me tornando um profissional multidisciplinar, que muitas vezes teve que se fingir de desatualizado por causa da mediocridade do conhecimento de chefes e colegas em relação, por exemplo, ao manuseio de sistemas de computadores essenciais para a gestão de uma empresa.
Como em certas circunstâncias é feio um funcionário entender mais que seus superiores, às vezes é melhor fazer papel de bobo diante da ignorância do próximo.– Nossa! Essa sua resposta foi muito arrogante – retrucou assustada a pessoa que conversava comigo. – Chamar os outros de medíocres e ignorantes não é forte demais?Então respondi:– A questão é que a excelência se alcança nos assuntos que despertam interesse e estimulam a fé e a freqüência de contato.
Com certeza sou ignorante quando se fala em motores de avião, até porque não tenho interesse nesse segmento e não coloco minha energia nesse tema. Entretanto, muita gente esquece que algumas áreas, como a computação, são inerentes à profissão de qualquer um que deseje sobreviver no mercado de trabalho.
Aliás, há uma geração medíocre se formando na sociedade, composta por jovens que colocam seu interesse apenas em jogos, festas e banalidades.
Gastam o tempo, um bem valioso, recebendo ou trocando informações que não são consideradas fundamentais pela sociedade para se diferenciar no mercado. Quando entro em contato com essa geração medíocre, não dou chance e passo por cima, sem a mínima dificuldade.
Os indivíduos desse grupo não são páreo pra mim profissionalmente. São fraquinhos culturalmente e socialmente excluídos de alguns segmentos importantíssimos.
Enquanto eles estão indo, eu já fui e voltei diversas vezes.
Enquanto namoram vários garotos e garotas pela Web e passam de fase em jogos de violência que duram horas intermináveis, eu levo resultados para empresas, ganho dinheiro e dou atenção a minha família. Sinceramente, é uma geração fraca.– E é essa geração que vai comandar nosso Brasil no futuro – avaliou meu amigo.– Claro que não.
Existe uma outra geração, a da revolução, formada por jovens com interesse no entretenimento, mas também nas atualidades, na ciência, no mercado e na família.
Com uma fé arrebatadora, invejável, são capazes de conseguir o que bem querem.
São idealistas, determinados e se caracterizam por não terem medo de errar. Por isso, aprendem com os erros e se tornam excelentes prematuramente. Uma juventude definitivamente de sucesso! – apostei.
– Puxa! Então nem tudo está perdido.