2020 marcará uma Nova Era no Mundo das Startups.


2020 marcará uma Nova Era no Mundo das Startups.

Em tempos de previsões quase apocalípticas, confesso que me tornei um pouco avesso à ideia de fazer previsões tão diretas sobre o mundo dos negócios. Contudo, como sempre, gosto de analisar todo o contexto daquilo que estou observando e, como não consigo ficar quieto, acabo tecendo a minha opinião sobre o que está por vir.

Ao longo da última década, estive bastante inserido no mundo das startups, primeiro como um estudioso e entusiasta desse mundo, e, na sequência, como um insider, na condição de investidor, conselheiro e cofundador.

Os anos 2010 a 2019 marcaram a entrada das startups no “conhecimento popular”. Elas viraram assunto de discussão nos mais diferentes locais e muitas passaram a fazer parte do nosso cotidiano de forma avassaladora.

Ao longo dos últimos anos, o número de unicórnios (startups avaliadas em pelo menos 1 bilhão de dólares) cresceu exponencialmente e o Brasil ganhou as suas primeiras empresas a fazer parte desse seleto grupo. A democratização das novas tecnologias permitiu que negócios disruptivos surgissem a uma velocidade nunca antes vista, e podemos dizer que estamos apenas no começo de tudo isso.

A revolução criada por esses negócios exponenciais  irá causar impacto em todas as áreas da nossa vida, seja o entretenimento, seja a educação, seja a saúde. Como diria Jeff Bezos, “(…) Ninguém ainda sabe o impacto que a internet irá produzir. Ainda estamos no primeiro dia”.

Contudo, toda essa “democratização” das startups trouxe também alguns contrapontos. Dentre eles, existe o famoso mito do fundador jovem, criado a partir da ideia de que os fundadores das startups bem sucedidas são jovens com vinte e poucos anos, que largaram a faculdade na metade e lançaram um empreendimento bilionário que começou na garagem dos pais.

Muitas vezes, a mídia e o grande público focam demais nas exceções, como Mark Zuckerberg (Facebook) e Evan Spiegel (Snap), passando a ideia de que a maioria dos fundadores das startups mais bem avaliadas são, de fato, jovens, quando na verdade uma pesquisa do MIT já mostrou que a média da idade dos fundadores das startups de maior crescimento é de 45 anos. Bem longe dos 20 e poucos que as notícias nos fazem acreditar.

Outro contraponto a todo esse movimento das startups é a modinha dos “startupeiros”. De repente, parece que passar alguns anos em uma empresa tradicional ou buscar outras alternativas de carreira é algo quase “errado”.

Criou-se uma certa glamourização do ambiente de startups que passa a ideia de que fundar uma delas é algo cool e a única alternativa viável de futuro para as novas gerações. Ter uma startup é legal? Com certeza. Mas buscar uma carreira em uma grande empresa também pode ser extremamente compensador. Empreender não é nada fácil. Exige doses cavalares de preparo emocional, psicológico e técnico e não, isso não é para todo mundo.

Por fim, como o título desse artigo diz, eu acredito fortemente que 2020 marcará uma nova Era no mundo das startups pois acredito que algumas dessas convenções começarão, cada vez mais, a serem derrubadas.

Startup não é “coisa de jovem” e não é um tipo de empreendimento para todo mundo. Startup é um negócio como qualquer outro, que requer muito trabalho, muita estratégia, muita mão na massa e tem muitas, muitas chances de dar errado.

Claro, como essas tendências sempre demoram um pouco mais para se concretizar do que nossa percepção nos diz, é esperado que algumas dessas convenções ainda estejam em voga durantes os próximos anos. Mesmo assim, acredito fortemente que nós, como sociedade e profissionajs de negócio, teremos cada vez mais uma percepção muito mais realista em relação a esse mundo tão fascinante das startups.




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