Tenho conversas frequentes com colegas de dois lados, sejam investidores em busca de boas oportunidades de negócios ou empreendedores que buscam não somente capital mas smart money para crescerem globalmente.
Atualmente há diversas formas de os empreendedores se prepararem para novos negócios, sejam Startup Weekends, aceleradoras ou incubadoras. Muitos empreendedores também compartilham suas histórias de sucesso (e poucos as de fracasso), o que já motiva bastante a formação de novos sonhadores.
No entanto, há poucas iniciativas para ajudar o lado dos investidores, além de institucionais e de networking. A grande maioria dos investidores anjo não encontrou ainda boas oportunidades de aportar seu capital, conhecimento e também a sua rede pra ajudar negócios em fases iniciais. Muitos ficam em torno de dúvidas críticas:
- Qual o nível de influência que terei no negócio? Quais os direitos e deveres que eu terei?
- Qual a possibilidade deste negócio me devolver uma boa rentabilidade do capital investido? Como eu faço essas projeções?
- Meu advogado vai conseguir me assessorar em um negócio desta natureza?
Além dessas e de muitas outras dúvidas, muitos investidores que desejam se arriscar com startups e venture capital não encontraram o conforto pra falar desse tema com seus assessores de investimento ou seus pares quando compartilham uma boa taça de vinho, por exemplo.
Iniciativas que permitem os investidores a diversificarem seus investimentos, buscando um pouco mais de risco e além disso compartilharem seus conhecimentos são muito bem vistas e devem ser incentivadas. Uma que particularmente eu uso é a possibilidade de realizar investimentos via equity crowdfunding, para investimento coletivo em startups por meio de SPE (Sociedade de Propósito Específico). O Broota, por exemplo, faz um ótimo trabalho.
Esta forma dá grande agilidade aos empreendedores e também aos investidores, especialmente se compararmos com o processo longo que os fundos de venture capital precisam passar, especialmente os que possuem investidores institucionais e exigem comitês de investimento. Além disso, há segurança jurídica aos investidores, que limitam suas perdas ao capital investido, caso o negócio não vá adiante.
Em um modelo ideal de mercado, a formalização da relação entre empreendedores e investidores não exigiria uma regulação e intervenção do Estado como está desenhada para o futuro, mas esta questão é mais abrangente que o tema específico.
Espero que tenhamos mais iniciativas (e também acabativas) para fomentarem o papel dos investidores de venture capital no Brasil e que estas oportunidades sejam cada vez mais atrativas, mesmo no cenário econômico atual que não joga a favor dos dois lados.