Quando começou a crise climática no mundo?
Ao longo da história, a Terra já aqueceu e esfriou repetidas vezes conforme recebeu mais ou menos luz solar. Isso por conta de mudanças sutis em sua órbita ou quando a energia emitida pelo do Sol variou.
Com o crescimento da atividade humana, acima dos níveis pré-industriais, a temperatura média do planeta passou a aumentar de forma acelerada. Isso aconteceu, principalmente, devido aos gases de efeito estufa liberados na queima de combustíveis fósseis. Essa queima se dá por incêndios florestais, veículos e uso de energia elétrica por indústrias e residências.
A partir disso, a temperatura do planeta Terra foi alterada, dando origem ao processo de aquecimento global, um dos principais fatores contribuintes para as mudanças climáticas.
Com o passar do tempo, as evidências da crise tornaram-se mais claras. Nos últimos anos, o mundo tem ficado mais quente. Um artigo da revista Nature aponta indícios de que a velocidade e a extensão do aquecimento global é mais grave do que eventos semelhantes nos últimos 2 mil anos.
O ano de 2020 foi marcado por crises e recorde de queimadas. Só na Amazônia, foram detectados 101.292 focos de incêndios. E, apesar do regime de fogo florestal fazer parte de alguns ecossistemas, o fenômeno é intensificado pelo contexto de mudanças climáticas.
Desse modo, é cada vez mais comum o uso da expressão “crise climática” para se referir à situação climática global. O objetivo de trazer o foco para o fato de ser uma emergência.
Quem são os maiores responsáveis pela crise climática?
Um relatório da WWF sobre a crise climática aponta os humanos como os responsáveis pelo crescimento das concentrações atmosféricas de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa.
Esse mesmo documento destaca, ainda, que, desde a Revolução Industrial, a temperatura da Terra aumentou cerca de 0,8º C. Vários estudos indicam a necessidade de limitar o aquecimento a menos de 2 ou 1,5 C acima do nível pré-industrial para evitar mudanças perigosas e irreversíveis.
Nesse contexto, é válido destacar que as mudanças climáticas afetam o meio ambiente e todos os aspectos da vida humana em curto e a longo prazo. Isso inclui a saúde e a economia.
Quais são as consequências do aquecimento global e da crise climática no mundo?
No âmbito da saúde, as mudanças climáticas já afetam as novas gerações em todos os lugares do mundo. Se o aquecimento chegar a 2ºC, prevê-se que 90 a 200 milhões de pessoas correrão o risco de contaminação por malária.
Além disso, a agricultura brasileira será negativamente afetada. A produção de cereais poderá diminuir em 50%, a de milho em 25% e a de soja em 10%. Haverá também aumento da desigualdade social e dos conflitos devido ao efeito da escassez de água e da pouca previsibilidade das colheitas.
Entre 663 milhões e 3 bilhões de pessoas enfrentarão ameaças decorrentes da escassez de água em escala global. A crise também impactará as geleiras, resultando em significativo derretimento. Esse cenário é preocupante, uma vez que as geleiras são fontes essenciais de água doce para diversas populações.
Além disso, alguns efeitos da crise climática, como o aumento do nível do mar, podem ocasionar inundações em áreas costeiras. Na Groenlândia, por exemplo, há a possibilidade de um derretimento total do gelo, agravando ainda mais a situação.
Ecossistemas também sofrerão fortes danos. Prevê-se perda de 95% da maioria dos corais e de mais de 40% de angiospermas na Amazônia e 25% de espécies extintas, entre outros danos florestais.
Soluções para a crise climática
Cientistas e estudiosos alertam para a existência de uma janela de oportunidade que não permanecerá aberta por muito mais tempo. Nesse sentido, apontam medidas urgentes para permanecer abaixo dos 2ºC de aquecimento e impedir que tantos danos aconteçam.
O relatório da WWF estabelece como medida, em países desenvolvidos, aprofundar as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa acordadas no Protocolo de Quioto. Para que isso ocorra bem, é recomendado que os países incentivem a adoção de energias renováveis. Além disso, é necessário o uso de veículos mais eficientes e o aumento do uso de transporte público.
No Brasil, as alternativas envolvem conter o desmatamento com metas claras de queda contínua no índice. Também é destacada a importância de manter a matriz energética limpa.
Qual é o papel da ONU para amenizar as mudanças climáticas?
Há iniciativas, como os ODS da ONU, que já estabeleceram medidas urgentes para combater as mudanças climáticas. O 13º entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é tomar medidas urgentes relacionadas à situação climática. Também envolvendo melhorar a educação e a conscientização, integrar medidas nas políticas, entre outras metas.
Em artigo, o acadêmico e ambientalista George Monbiot destaca a necessidade de descarbonizar a economia. Além de diminuir a quantidade de dióxido de carbono emitida.
O escritor também aponta a proteção e a recuperação das florestas naturais como a alternativa de maior potencial. Com intuito de diminuir a quantidade de carbono do ar. Sobretudo o resgate de habitats costeiros, como mangues, salinas e camadas de algas marinhas, que acumulam carbono 40 vezes mais rápido que as florestas tropicais.
Outra possibilidade é restituir a turfa, que também é depósito de carbono.
Todas essas opções são soluções naturais para o clima que estão sendo estudadas e apontadas como eficientes para a descarbonização.
O que o IPCC diz sobre mudanças climáticas?
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) foi criado com o intuito de fornecer aos governos mundiais todas as informações científicas necessárias para que possam desenvolver políticas climáticas eficientes. Além disso, seus relatórios servem como contribuição para discussões internacionais sobre o clima.
Dessa forma, o IPCC é extremamente importante para lidar com a crise climática de forma eficaz em nível internacional. Isso porque ele assegura uma avaliação objetiva e completa sobre agentes, causas e consequências das mudanças climáticas.
Artigo por: Ecycle