O que é a Educação Sexual?
A Educação sexual é o nome dado ao processo que visa ensinar e esclarecer questões relacionadas à sexualidade. A educação sexual aborda temas como o sexo, gravidez, aborto, métodos contraceptivos e doenças sexualmente transmissíveis.
O objetivo principal da educação sexual é preparar os adolescentes para a vida sexual de forma segura e consciente. Este processo de educação sobre a vida sexual se faz essencial para a prevenção de diversas situações indesejadas, como doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), gravidez na adolescência e experiências sexuais traumáticas.
Esse processo auxilia crianças e jovens em formação a aprenderem a ter autonomia nas questões sexuais, chamando-os à responsabilidade de cuidar de seu próprio corpo e suas vontades.
Educação sexual no currículo escolar
A Organização das Nações Unidas (ONU) já declarou ser favorável à implementação da educação sexual no currículo escolar. Em nota, a organização considera que a educação sexual está estritamente relacionada à promoção dos direitos humanos e o direitos das crianças e jovens, especificamente no qual toda pessoa tem direito à saúde, educação, informação e a não discriminação.
No Brasil, os impactos da internet nas descobertas da vida sexual dos jovens já é um dado concreto. Os meios de comunicação acabam estimulando e indagando curiosidades precoces em jovens e crianças. Assim, como forma de conscientização e responsabilidade individual sobre o assunto, o ensinamento sobre as questões sexuais se torna cada vez mais importante dentro de casa e/ou nas instituições de ensino.
Entretanto, as relações sexuais, questões de gênero e sexualidade são temas considerados tabus e muitos pais têm dificuldade de falar com os filhos com a maneira e o conhecimento correto.
Favoráveis à educação sexual
Os defensores da educação sexual aplicada nas escolas a entendem como um processo que auxilia os estudantes a lidar com as mudanças da sexualidade, típicas do desenvolvimento humano. Também, colabora para que a melhora da capacidade de aprendizado nas disciplinas acadêmicas e desenvolvam plenamente a condição sexual, pois ela faz parte de todo ser humano e, por isso, não pode ser deixada do lado de fora da sala de aula.
Outros argumentos favoráveis ao assunto são:
Contras à educação sexual
Por outro lado, existem defensores que acreditam que educação sexual não deva ser um assunto a ser tratado dentro do ambiente escolar. Os principais argumentos são:
Como implementar a educação sexual nas escolas?
A ONU oferece as instruções e manejos para o desenvolvimento e aplicação do assunto da maneira correta dentro da sala de aula:
Porém, para algumas pessoas, os educadores devem se limitar a promover os ensinamentos apenas as informações mais relacionadas à saúde, como prevenção de DSTs e de gravidez na adolescência, sem abordar tópicos como gênero, orientação sexual e consentimento.
Atual cenário brasileiro
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil, defende a educação sexual e diz que aprofundar o debate sobre sexualidade e gênero contribui para uma educação mais inclusiva, equitativa e de qualidade. Também declarou que não resta dúvida sobre a necessidade de a legislação brasileira e os planos de educação incorporarem perspectivas e planos sobre a educação em sexualidade e gênero.
No Brasil, o assunto vem sendo tratado como tema transversal, ou seja, é sugerido que o tema seja abordado dentro de outras disciplinas juntos com outros valores referentes à cidadania, como: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Trabalho e Pluralidade. O Ministério da Educação declarou o incentivo da aplicação de programas de educação sexual nas escolas, mas não de forma obrigatória.
Não consta na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) um currículo para a aplicação da educação sexual nas escolas. A BNCC, desenvolvida pelo Ministério da Educação (MEC), tem o objetivo de direcionar os currículos das redes de ensino no Brasil, estabelecendo a base de temas que devem ser tratados na educação.
O Programa Saúde na Escola (PSE), desenvolvido pelos Ministérios da Educação e da Saúde em 2007, visa contribuir para a formação integral dos estudantes por meio de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde das crianças e jovens da rede pública de ensino. Em fevereiro de 2019, os ministérios assinaram uma carta de compromisso para prevenção da gravidez na adolescência, que pretende atualizar o Programa Saúde na Escola.
Polêmicas em torno do assunto
No entanto, apesar desse avanço na direção de maior promoção da educação sexual, as polêmicas envolvendo o assunto foram e são bastante presentes no governo de Jair Messias Bolsonaro.
Em 2018, durante a campanha eleitoral, Bolsonaro fez declarações equivocadas sobre o “kit gay” distribuído em escolas públicas. Já em 2019, o presidente afirmou que “Educação sexual tem que ser feita por pai e mãe” e incentiva que pais rasgassem as páginas a respeito da educação sexual da Caderneta da Saúde de Adolescente.
Em fevereiro de 2020, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MNDH), comandado por Damares Alves, lançou uma campanha com o objetivo de prevenir a gravidez na adolescência com abstinência sexual. O que, imediatamente, não foi considerado como uma opção viável pelos especialistas. Logo depois, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) declarou que o amplo acesso à educação e à informação, junto com serviços de saúde qualificados, são as únicas ferramentas comprovadamente eficazes para evitar que meninas engravidem.
Também são recorrentes projetos de lei que proíbem o assunto no ambiente escolar. Por exemplo, o projeto do Programa Escola sem Partido (EsP), que defende que aspectos relacionados à educação moral, religiosa e sexual devem ser tratados apenas no ambiente privado (na família), e não devem ser abordados na escola.
Artigo por: Politilize