Uma vez mais a vedete do agronegócio nacional será a soja. Ainda que a área do algodão, segundo 8°Levantamento da Conab, apresente a maior taxa de crescimento entre os grãos e oleaginosas em 2017/18, de 25,2%, a soja, com seu até que modesto incremento de 3,5% em hectares plantados, chegando em 35,1 milhões, deverá representar cerca de 57% do total da área plantada no País e 52% da produção total.
Tal desenvolvimento está ancorado na elevada liquidez desta produção assim como no crescimento da receita dos produtores, que tem mostrado evolução também muito positiva, com estimativa de aumento de quase 34% ante a temporada anterior. O preço médio da soja, no mercado interno esteve, na media desde o começo deste ano, 12,1% acima de mesmo período em 2017. Na comparação do preço médio mensal, até o dia 11 de maio, com igual mês do ano passado, esta evolução é de 25,1%.
Sedimentam este cenário positivo as 23,1 milhões de toneladas de grão exportadas no 1ºtrimestre deste ano que apontam para pouco mais de 70 milhões de toneladas a serem vendidas ao exterior no ano assim como uma maior demanda interna para produção de biodiesel e de farelo, que também esta com expectativa muito positiva de exportações.
Apesar deste protagonismo da soja outra lavora cujas expectativas relativas ao ano tem melhorado bastante desde janeiro é o milho. Mesmo com redução estimada de quase 9% na produção total (1a e 2a safras) os sucessivos aumentos de preços (+48,5% na média de maio até o dia 14 frente à média de maio de 201&0) e bom desempenho das exportações começam a delinear um quadro mais promissor.
O cenário do milho tem sido mais positivo que o esperado muito em função da seca na Argentina e outras reduções de produção mundo afora, que resultaram em queda de 3,9% na oferta na temporada 2017/18, frente a um consumo que deve aumentar 2,6%, resultando em -14,3% nos estoques finais. A pontuar que as primeiras estimativas para 2018/19 são altistas para preços, pois apesar de recomposição da produção (+1,9%), os baixos estoques de passagens desta safra associados a uma estimativa de consumo 2,1% maior, resultam em estoques finais para o primeiro semestre de 2019 ainda menores que os atuais.
Há ainda, em ambos os casos, a contribuição mais recente do câmbio, com valorização do dólar frente a cesta de moedas, que também atua positivamente sobre as cotações internacionais e domésticas.
Assim, o valor bruto da produção do milho deve continuar a registrar resultados positivos, assim como o da soja, incentivando cada vez mais a manutenção do regime de plantio de soja cada vez mais precoce sucedido pelo milho, beneficiando a renda do produtor. Importante destacar que o milho de safrinha (2a safra) passou de 15% do total na safra 1999/2000 para 71% na atual, movimento que tem contribuído, em muito, para consolidar o milho como boa oportunidade de investimento.
Tudo isso tende a favorecer ainda mais a produção nacional de proteína animal, uma vez que os dois produtos compõem a cesta fundamental de insumos para a ração, consolidando, assim, a produção e competitividade nacional nestas cadeias.