Anielle Guedes é uma empreendedora serial com foco em tecnologias emergentes e especialista em desenvolvimento econômico através da tecnologia e ciência. Conta com vasta experiência internacional, nos Estados Unidos, Europa e Oriente Médio, tendo trabalhado com instituições como as Nações Unidas e NASA, além de atuar como Conselheira do governo federal brasileiro. Fundou diversas iniciativas, dentre elas a Urban3D e NEXT Consulting.
Cursou Física e Economia na Universidade de São Paulo (USP), trabalhou com organizações como ONU e NASA, e possui três pós graduações, inclusive pela Singularity University e Instituto Europeo di Design. Palestrou em mais de 80 cidade pelo mundo, para empresas como BASF e Microsoft, governos como nacionais como o Austríaco e do Omã, e em mais de 30 universidades.
Aos 4 anos decidiu aprender inglês porque, segundo ela, não conseguia entender como poderiam existir outros grupos humanos que falavam uma língua que ela não entendia. Aos 13 anos, já fazia traduções para a Anistia Internacional. Durante muitos anos, foi editora da Wikipedia. Hoje fala inglês praticamente sem sotaque algum, como uma americana.
Ao longo da infância e da juventude, engajou-se em diversas iniciativas sociais. Ainda no ensino fundamental, foi vereadora jovem e criou um projeto de sustentabilidade baseado na Lei Cidade Limpa (que limitou a poluição visual na cidade de São Paulo ao padronizar locais e tamanhos de anúncios no espaço urbano). Na hora de escolher um curso na universidade, optou por Física, por achar que encontraria ali o melhor conjunto de ferramentas para realizar seus projetos no futuro. Decepcionou-se com o que encontrou na Universidade de São Paulo e dois anos depois, trancou o curso. O mesmo aconteceu com Economia (atualmente em stand-by). Mesmo assim, teve tempo para ser presidente do Núcleo de Empreendedorismo da USP (NEU), uma organização não governamental voltada à formação de jovens empreendedores. No momento, cogita transferir o curso de Economia para uma universidade americana.
Fundou a Urban 3D com o objetivo de construir prédios de quatro a cinco andares que sejam erguidos em poucas semanas, com um custo até 80% menor do que o cobrado pela construção civil nos dias de hoje. Na prática, a empresa construirá moradias de baixo custo utilizando uma tecnologia inovadora, que alia robótica e impressão 3D, para criar em série módulos pré-formatados digitalmente. Grandes máquinas irão imprimir, com o concreto que será desenvolvido, pavimentos, vigas, paredes. Anielle calcula que o preço final de uma casa ou apartamento finalizado com este processo será algo entre 10 e 15 mil reais.
Mas não são somente a ideia genial e o carisma de Anielle que vêm conseguindo convencer parceiros a abraçar o projeto. Ela é persistente e não se cansa ou se sente intimidada em procurar novos investidores. A receptividade nem sempre é muito boa. Alguns dizem que é impossível de se fazer. Outros que dará trabalho, mas querem se envolver de alguma forma. Para a fundadora da Urban 3D, a conexão entre sua startup e as empresas parceiras é o pensamento fora da caixa. Elas têm um modo de trabalhar em que entendem que não é possível vender somente a caixinha delas.
Além da Urban 3D, Anielle está envolvida com outra startup brasileira, a CIS – Connected Information Services, que desenvolve aplicados de mobilidade urbana. Entre os apps oferecidos pela empresa está o Ônibus ao Vivo, que fornece em tempo real informações sobre as linhas de ônibus da capital paulista. O app tem uma versão gratuita e outra paga, com um maior número de funcionalidades.
Atualmente Anielle conta com a ajuda de uma equipe de seis pessoas: entre elas dois estagiários (um deles vive na Itália e outro na Alemanha) e dois engenheiros químicos, que atuam em centros universitários americanos.
A startup tem pela frente o imenso desafio de levantar rapidamente mais capital. Deve receber até o final do ano um financiamento nacional, mas Anielle já está procurando novos parceiros, seja com anjos brasileiros (pessoas físicas que decidem apoiar financeiramente novos negócios) ou fundos de investimentos no exterior.
Ela sabe, no entanto, que um dos maiores obstáculos será quebrar paradigmas deste mercado. Sabe que qualquer tecnologia tem potencial para ser usada tanto para o bem como para o mal. Entretanto, vislumbra um futuro em que a tecnologia será utilizada para o desenvolvimento sustentável e proverá uma vida melhor para as pessoas. É por este cenário que ela batalha em sua Startup.
Temas de Palestras:
- Criatividade e Inovação;
- Empreendedorismo / Empreendedorismo social;
- Desenvolvimento sustentável;
- Startup;
- Negócios de Impacto;
- Cidades Inteligentes;
- Impressão 3D;
- Empoderamento Feminino;
- Liderança;