Com apenas 21 anos, Giva Pereira é um caso de sucesso empresarial no Brasil, ao aliar uma ideia inovadora à vontade de facilitar a vida aos mais desprotegidos. A ideia nasceu da constatação de que as empresas de entregas, muitas vezes, se recusam a entrar nas favelas. Durante a pandemia isso tornou-se num verdadeiro problema e assim nasceu a Favela Brasil Xpress, uma empresa especializada na distribuição a estas zonas mais carenciadas.
A B2W, uma das gigantes brasileiras do comércio online, fechou parceria comercial com a startup de logística Favela Brasil Xpress e com a organização G10 Favelas para entregar na comunidade de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, produtos vendidos nas lojas online com as bandeiras Americanas, Submarino e Shoptime.
Com isso, mais de 100 mil moradores da comunidade deixam de precisar se deslocar até pontos de retirada de produtos adquiridos pela internet, geralmente agências dos Correios ou lojas físicas do grupo.
Por questões como falta de CEP (Código de Endereçamento Postal), de numeração nas casas e de segurança, moradores das favelas geralmente estão fora do mapa das empresas de logística. Muitas usam até o jargão “CEP do inferno” para designar áreas onde é alto o risco de roubo de cargas. No entanto, pesquisas mostram que essas comunidades reúnem mais de 11 milhões de brasileiros, boa parte deles com acesso à internet e, portanto, consumidores em potencial.
Nas contas de Gilson Rodrigues, presidente da União de Moradores de Paraisópolis e presidente nacional do G10 Favelas, essas comunidades movimentam por ano no País o equivalente ao PIB de países como Honduras e buscam cada vez mais o e-commerce. O desafio, na sua opinião, estava, exatamente, na logística.
Além da parceria comercial, o executivo da B2W destaca o lado social do projeto, que gera emprego, renda e capacitação profissional para os moradores da comunidade, recrutados pela startup para fazer entregas.
Desde o início deste mês, a startup Favela Brasil Xpress, responsável pela última milha (last mile), fez cerca de 350 entregas por dia em Paraisópolis. Dois contêineres da B2W instalados em espaço comunitário funcionam como centro de distribuição. Após a separação, as entregas são feitas na casa do cliente em até 12 horas pela startup. A operação tem uma equipe de 35 pessoas, incluindo entregadores da comunidade que conhecem a geografia da região e circulam com bicicletas e tuk-tuks. “Isso aumenta a eficiência nas entregas”, diz Biselli.
Para Giva Pereira, presidente da Favela Brasil Xpress, a startup surgiu para revolucionar a entrega nas comunidades.
Temas da Palestras:
- Empreendedorismo;
- Gestão;
- E-Commerce;
- Logística;
- Coronavírus/Covid-19;
- Planejamento e Estrategia;
- Criatividade e Inovação;
- StartUps;